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Sherlock Holmes - A Mulher sem rosto

Atualizado: 5 de jun. de 2024

Sinopse: Holmes se depara com um antigo mistério ao ser convocado para visitar uma senhora que se recusa a mostrar o rosto. Um terrível crime cometido há sete anos teve consequências desastrosas, e cabe a Holmes salvar a inquilina de rosto coberto de seu próprio remorso.

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Sherlock Holmes - A Mulher sem rosto


Quando se considera que o sr. Sherlock Holmes exerceu suas atividades de detetive durante vinte e três anos e que durante dezessete deles eu cooperei com ele, tomando nota de seus feitos, torna-se evidente que disponho de farto material. O problema sempre foi, não encontrar, mas escolher. Lá está a longa fila de agendas de cada ano, que enchem uma estante, lá estão as caixas pejadas de documentos, uma fonte inestimável para quem quiser estudar não só o crime, mas os escândalos sociais e oficiais dos fins da era vitoriana. Com referência a estes últimos, posso afirmar que aqueles que escrevem cartas aflitivas pedindo que seja poupada a honra de sua família e a fama de seus antepassados nada têm a temer.


A discrição e o alto sentido de honra profissional que sempre distinguiram meu amigo presidem, hoje como ontem, à seleção dessas memórias, e jamais haverá abuso de confiança. Por isso é que contam com a minha mais decidida reprovação as tentativas que ultimamente têm sido feitas no sentido de, por qualquer processo, se lançar mão desses papéis e destruí-los. Sabe-se de onde provêm tais insinuações insultuosas, e, se elas se repetirem, estou autorizado pelo sr. Holmes a dizer que será levada a público toda a história referente ao político, ao farol e ao corvo marinho ensinado. Há pelo menos um leitor que entenderá do que se trata…


Não é razoável supor que cada um desses casos tenha dado a Holmes a oportunidade de mostrar aqueles curiosos dons de instinto e observação que me esforcei por tornar patentes nestas memórias. Algumas vezes, só a poder de muito trabalho é que ele conseguiu colher o fruto; outras, este veio lhe cair facilmente nas mãos. Mas muitas vezes as mais terríveis tragédias humanas estavam contidas em casos que lhe ofereceram pouquíssimas oportunidades pessoais, e é um desses que eu agora desejo registrar aqui. Narrando-o, fiz uma ligeira troca de nome e de lugar, mas, exceto isso, os fatos são a expressão da verdade.


Numa manhã dos fins de 1896, recebi um bilhete de Holmes, escrito às pressas, pedindo o meu comparecimento. Ao chegar, encontrei-o envolvido numa atmosfera impregnada de fumaça, e na cadeira defronte da sua estava sentada uma matrona idosa e rechonchuda com aspecto de estalajadeira.


— Esta é a sra. Merrilow, de South Brixton — disse o meu amigo, com um aceno de mão. — A sra. Merrilow não se importa com o tabaco, Watson, de modo que, se quiser, não faça cerimônia; pode se entregar aos seus hábitos pouco asseados de fumador. Ela tem uma interessante história para contar. É provável que essa história seja o prelúdio de acontecimentos nos quais sua presença seria útil.


— Tudo o que eu puder fazer…

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