NÃO FOI CAMÉLIA QUE MORREU
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- 21 de nov. de 2024
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Sinopse: Entre a vida tumultuada de um homem cujo destino é selado pelo álcool, e de uma esposa que tece sua vida entre as tarefas domésticas e a paciência inabalável. No meio dessa narrativa, surge um ciúme doentio, lançando dúvidas sobre a tranquilidade do lar. À medida que a trama se desenrola, revelações surpreendentes emergem das dobras do cotidiano, desafiando a perspectiva do leitor. O mistério se aprofunda quando, no arrebatador final, a verdade se revela: não foi a camélia que morreu, e a fragilidade das aparências se desvenda, revelando uma trama complexa de enganos, ilusões e verdades ocultas. Uma história envolvente que convida a uma reflexão sobre as camadas profundas que se escondem por trás das fachadas de uma vida familiar.

Não foi Camélia quem morreu!
— Sai da frente Rex! — A voz forte e embargada pela bebida ressoava quase todas as madrugadas. Camélia ouvia o marido ralhar com o cachorro sempre que ele chegava bêbado. E isso era praticamente todos os dias. Ela sentia um nó no estômago. Mas não era um nó qualquer, era um nó diferente. Uma coisa que ia retorcendo suas entranhas e dava vontade de pôr para fora tudo que comera no jantar.
Duval não era uma pessoa ruim, só tinha se deixado levar pela cachaça barata vendida no barzinho de fim de rua, naquela cidadezinha alumiada por umas lampadazinhas muito mixurucas, penduradas nos postes de madeira já carcomidos pelo pé, onde os cachorros se aproveitavam pra mijar, e deles o Rex era o mais mijador.