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A MAGIA DO NATAL

Atualizado: 5 de jun. de 2024



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  Luna se afasta e olha para sua árvore de Natal. Está quase pronta. Ela adora essa fase do ano: As luzes da cidade, os enfeites, a energia de prosperidade e pacificação que invade o coração de todos. Sempre carregou consigo um desejo; que todos os meses seu coração dispusesse de estimulações à paz, ao companheirismo, que não fosse apenas nessa época do ano. Balançou a cabeça, divagou por certo tempo. Prometera para si mesma que não faria isso. Que dessa vez prestaria mais atenção aos detalhes.

             

Com essa decisão tomada, vai até sua caixa de enfeites. Embaixo de todas as bolas e pisca-piscas ficam os presentes que ganhou de pessoas que sabem de sua paixão pelo Natal. O primeiro que ela pega, é um papai Noel de pano, todo molinho e de pernas compridas.

             

Um sorriso vem aos lábios. O boneco fica perfeito pendurado na maçaneta de sua porta de entrada. Ela lembra com carinho a pessoa que lhe deu de presente. Uma amiga muito querida, cujo sonho era ser mãe, porém a maternidade ainda não lhe bateu à porta. Ela se parece com seu presente: Divertida, alegre e determinada, tal como aquele enfeite que ficava ali, o tempo todo, até o fim das festividades. E olha que é um “entra e sai” de respeito. Porém, este ano, papai Noel estará mais feliz. Finalmente a amiga realizou seu sonho e nasceu seu lindo filho. Assim, Luna pendurou o bonequinho na maçaneta, ao mesmo tempo que pensa na amiga com carinho.

             

  Voltando para a caixa, tira de lá uma bolinha de Natal. Esta é diferente: toda enfeitada, cor dourada e detalhes em vermelho. Levanta a bola pela cordinha e percebe que ela reluz rodando em seus dedos. A pessoa que lhe deu o presente disse que desejava que todos os seus desejos fossem realizados e sua vida fosse colorida e brilhante como aquela bola. Naquele dia, se abraçaram, mas não choraram. Para não ficar feio, talvez; embora os olhos tenham marejado.

          

Esta é uma daquelas amizades que a vida traz e faz ficar para sempre. Afinal são amigas desde a adolescência, e todos os anos se presenteiam nessas datas. Fazem de tudo para se verem antes do fim do ano, mesmo com suas agendas um pouco rebeldes. Sempre dando um jeitinho, afinal já havia se tornado tradição. Com um sorriso no rosto, Luna coloca a bolinha na árvore, num local de destaque, e continua sua viagem por todos os natais através da caixa de enfeites.


Se depara com uma cesta de pães, lindíssima, com um Papai Noel de cara feliz, abraçando todo o entorno dela. Naquela hora sua lembrança vai até mais uma de suas amigas. Essa não é da época da adolescência, mas é como se fosse, já que viveram tantas aventuras juntas. Amiga do tipo que topa tudo. E assim como seu presente, abraça, acolhe, pois é do tipo de pessoa que se pode contar qualquer absurdo. Ela jamais julgará. Pelo contrário, ainda apoiará. Todos os anos a cestinha fica ali, do lado da árvore. Afinal, pães são sinônimos de prosperidade. Por isso vai para a mesa de Natal, cumpre sua função com dignidade; sempre forrada, pois um presente desses tem que ser preservado, assim como a amizade que ele representa. Luna a coloca no seu lugar, lembrando sempre daquela risada marcante da pessoa que deu o presente.



II-SOLDADINHOS DE CHUMBO

            

E a peregrinação continua: pega o trenzinho, e os soldadinhos de chumbo. Estes lembram seu marido, que comprou dizendo sempre ter desejado soldadinhos e nunca havia conseguido. Agora, adulto, sempre que possível, realiza alguns de seus sonhos. Luna coloca os brinquedinhos na árvore. Ficam tão bonitinhos! Sorri pensando no marido, sua paixão pelo time de futebol e sua loucura por papai Noel. Assim como a esposa, ele é um apaixonado por Natal. Sempre que acha um enfeite diferente, compra e chega todo orgulhoso. Entre a chegada de mais um e outro, sempre ela precisa priorizar; afinal, não consegue colocar todos na casa.

            

  E o pior. É difícil escolher! São todos tão lindos! Mas, em meio a tantos, ela tem um preferido: Um enorme Papai Noel de tecido, pendurado por uma corda, para referir-se a sua descida pela chaminé, com sua roupa vermelha brilhante, seu rosto carinhoso, e seus óculos. Isso mesmo, uma armação que dá todo um charme especial ao bom velhinho.

            

Como mora num apartamento, pendura o Papai Noel na parte externa de sua porta de entrada. É um charme só! Um papai Noel para receber as pessoas que chegam. Mais um dos ótimos achados do marido.

             

  Outro que fica ao lado da porta é um casal de bonecos de neve, feitos de isopor. Muito fofos, eles podem ficar no chão. São altos e servem de companhia para o incansável escalador de porta, que fica ali com seu sorriso virado para o casal. Tipo, como se quisesse dar boas-vindas a festa mais brilhante do ano.

            

  E para fechar com as peripécias do marido, pega os enfeites de porta. Sininhos delicados e que fazem barulho cada vez que a porta é movimentada. Aos poucos é preciso diminuir a quantidade, pois, com o tempo, o barulho começa a irritar. Assim ela coloca só em duas portas e alguns distribuídos na mesa da sala de jantar, dentro de uma cesta.

            

             Sempre que conversam sobre a festa, o marido de Luna comenta sobre todas as vezes em que esperou o seu presente e ele não chegou. Acredito ser isso que o faz tão apaixonado; o fato de realizar todos os seus desejos, mesmo agora após adulto. Afinal, todos temos dentro de cada um, sua criança, que deve ser vista, acolhida e por que não dizer, "mimada", não é mesmo? Ela sempre o apoia em seus mimos pessoais. Acha fofo.

III-GUIRLANDAS


            E sua viagem continua. Chega a uma das guirlandas. Aquela que sempre vai para a porta, é a que compraram assim que mudaram para o atual bairro. Um verdadeiro marco em suas vidas. O apartamento dos sonhos, um quarto para cada uma das duas filhas. Aquela representa a ascensão; o bairro que tanto queriam e o apartamento tão sonhado. Essa sempre estará presa à porta. Uma confirmação de que sonhos podem ser realizados.

             

E assim ela sorri, enquanto pendura o enfeite na porta. Não podia ter um companheiro melhor. Aquele que abraçou junto seus sonhos; ter uma família, um apartamento maior, e, logicamente, a mesma paixão por essa data tão rica em cores e luzes.

           

  Fecha a porta e vai até o armário onde guarda outros enfeites maiores. Lá está o pote de biscoitos; todo imponente feito de cerâmica. Luna pega-o com cuidado, pois fica guardado em uma caixa própria, a qual separa a parte de baixo da tampa.

             

Seu formato não podia ser mais natalino: É um grande e sorridente boneco de neve cuja tampa é o seu gorro, com direito a cachecol vermelho e tudo. Este que fora presenteado pela irmã de seu marido. Ela, apesar de não ser tão ligada na data, assim como seus pais também não eram, gosta de compartilhar alguns presentes com o irmão, reconhecendo a paixão que ele tem por esses objetos.

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